Acordou macia, a manhã. Macia e morna. Depois do Sol
impante, do vento impertinente, uma pequena chuva molhou a noite e continua dia
fora. O rodado dos carros, menos apressados, amortece o som no chão molhado.
Lavadas do pó, as árvores põem o fato verde-jade que lhes cresceu com a
Primavera. As pessoas adoçam as vozes, para não abafarem segredos húmidos de
ramo em ramo, de mesa em mesa. Suave a manhã, de calma a cobrir a insolência
dos dias idos.
Licínia Quitério